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RESUMO
- Uma barragem da mineradora Vale se rompeu na sexta-feira em Brumadinho (MG), e um mar de lama destruiu casas da região.
- Rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
- Até o momento, há confirmação de 37 mortos; 16 foram identificados; 287 estão desaparecidos.
- Às 5h30 deste domingo, uma sirene tocou e moradores saíram de suas casas por risco de rompimento de outra barragem.
- Governo federal montou gabinete de crise; Bolsonaro sobrevoou a área no sábado de manhã.
Segundo o delegado Wagner Pinto de Souza, chefe da Polícia Civil de MG, até o momento há 37 mortos. Desses, 16 foram identificados e 8 corpos foram entregues às famílias.
"Existe, sim, a possibilidade de encontrar pessoas com vida", disse o porta-voz dos bombeiros, tenente Aihara. Ele acrescentou que não há previsão de retomada das buscas. Segundo ele, serão evacuadas até 3 mil pessoas e ainda há trabalhos de evacuação em duas áreas.
Tenente Aihara, do Corpo de Bombeiros, falou sobre a situação da barragem com risco de rompimento. "Continua sendo monitorada e no nível 2 de risco. Fizeram estudos de quais áreas seriam evacuadas. Fizeram outra análise considerando as áreas envolvidas. (...) Diminuiu em relação ao montante inicial. A abrangência de evacuação diminuiu".
O tenente coronel Godinho, da Defesa Civil Estadual, divulgou os seguintes números:
- 287 pessoas sem contato
- 37 mortes confirmadas
- 192 resgatadas com vida
- 361 pessoas localizadas, após serem dadas como desaparecidas
A Secretaria de Estado do Governo está mapeando pontos seguros para levar as pessoas desabrigadas.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, comandou uma reunião com técnicos neste domingo (27) na sede da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília. O encontro tentou reunir informações mais precisas sobre quatro pontos:
- Qualidade da água do rio Paraopeba;
- Previsões de avanço dos rejeitos da mina que rompeu;
- Estabilidade da barragem 6;
- Relatório de segurança de barragens de 2017.
Canuto afirmou no início da reunião que a "questão central" é a barragem 6. Neste domingo, sirenes foram acionadas em Brumadinho em razão do risco de rompimento desta barragem. O ministro classificou a tragédia em Brumadinho como "inacreditável": "Realmente muitos desaparecidos, probabilidade de mortes aumentarem substancialmente."
O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou uma nota sobre a tragédia: "Desde o primeiro episódio, ocorrido em Mariana, em 2015, o MPT investigou e apontou as irregularidades e as deficiências nas medidas de prevenção e segurança no trabalho. (...) Diante da gravidade da situação e da repetição de fatos trágicos, foi instituída força-tarefa integrada pelas instituições com atribuição sobre o caso, com a participação do MPT. A prioridade são ações de socorro. Em seguida, haverá o diagnóstico do desastre com vistas à apuração de responsabilidades criminal, civil e trabalhista".
O MPT estima que este seja "o mais grave evento de violação às normas de segurança do trabalho na história da mineração no Brasil". "Procuradores do Trabalho já estão colhendo elementos iniciais para subsidiar o andamento das investigações e a responsabilização dos culpados."
Cães farejadores e militares do Corpo de Bombeiros de Goiás chegaram nesta madrugada para auxiliar nas buscas.
Por meio de comunicado, Romeu Zema, governador de Minas Gerais, deu mais detalhes sobre a ajuda de militares israelenses que chegam ao Aeroporto de Confins na noite deste domingo (27).
Eles vão ajudar nas buscas e salvamentos dos atingidos pela tragédia de Brumadinho. Na manhã de segunda-feira (28), Zema levará os especialistas para fazer o reconhecimento da área atingida, planejar as capacidades para instalações dos equipamentos do exército israelense e dar início aos trabalhos.
A missão, chefiada pelo embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, conta ainda com seis cães farejadores e 16 toneladas de equipamentos, incluindo radares terrestres. A previsão é que os trabalhos durem uma semana.
Fonte:G1